Caso procure um pneumologista especialista em doenças do interstício pulmonar em Braga, Porto, Guimarães ou Fafe, nesta página encontra respostas fundamentadas sobre fibrose pulmonar, diagnóstico por TAC-AR, doença autoimune pulmonar e novos tratamentos. Marque consulta presencial ou de segunda opinião com o Dr. António Santos Costa e conheça as recomendações internacionais sobre doenças pulmonares raras, fibrose pulmonar idiopática e vigilância de nódulos pulmonares.
Se imaginarmos o alvéolo – local onde se realiza o intercâmbio gasoso nos pulmões – percebemos que as paredes alveolares são formadas apenas pelo epitélio pulmonar e pelo endotélio capilar. Entre estas duas estruturas situa-se o chamado interstício pulmonar.
O interstício pulmonar é uma rede de tecido conjuntivo que serve de suporte ao pulmão, funcionando como o “esqueleto do pulmão”. Este espaço fundamental permite o suporte estrutural dos alvéolos e dos capilares, sendo essencial para uma respiração eficiente. Alterações no interstício podem gerar várias doenças pulmonares, conhecidas como doenças intersticiais.
No pulmão saudável, o interstício pulmonar não é visível nas imagens, pois está vazio e não interfere na difusão dos gases. Este espaço só se torna visível quando está preenchido por fluido (como na insuficiência cardíaca congestiva – ICC), por células inflamatórias (em doenças intersticiais agudas) ou por fibroblastos (em casos de fibrose pulmonar). Nestes casos, as alterações intersticiais tornam-se evidentes no exame de imagem e dificultam a troca gasosa.
Um dos primeiros exames a identificar alterações intersticiais é a DLCO (difusão do monóxido de carbono), sendo fundamental para o diagnóstico precoce destas doenças.
A nível macroscópico, o pulmão é formado por agrupamentos de alvéolos e bronquíolos terminais. O àcino representa a menor unidade funcional pulmonar, composta pelo bronquíolo terminal e respetivo conjunto de alvéolos. Já o lóbulo pulmonar secundário é a menor unidade anatómica do pulmão, fundamental para o estudo das doenças intersticiais e para a radiologia torácica.
No centro do lóbulo pulmonar secundário encontram-se a artéria e o brônquio, enquanto o sistema linfático e a veia pulmonar circundam o lóbulo, formando uma rede interligada por vasos e linfáticos. Esta interligação permite que, caso um dos componentes seja afetado por doença ou inflamação, o processo se possa estender aos restantes espaços pulmonares.
A doença pulmonar intersticial (DPI) é um conjunto de mais de 200 doenças que afetam o interstício pulmonar — o tecido entre os alvéolos e os vasos sanguíneos. Esse tecido pode inflamar ou cicatrizar (fibrose pulmonar), dificultando a respiração e as trocas gasosas.
As mais frequentes incluem:
Doenças do interstício associadas a doenças autoimunes (reumatológicas)
Pneumoconioses (exposição a poeiras minerais)
Estas doenças exigem um diagnóstico precoce e uma avaliação multidisciplinar (pneumologista, radiologista, anatomopatologista), porque o tratamento varia consoante o tipo e o padrão radiológico.
Doença fibrosante crónica, progressiva, sem causa conhecida
Diagnóstico baseado em TAC-AR (padrão UIP) e discussão multidisciplinar
Tratamento: antifibróticos (nintedanib, pirfenidona) → abrandam a progressão da doença
Reabilitação respiratória, vacinação, oxigenoterapia quando indicada
Avaliar para transplante pulmonar em casos selecionados
Causada por exposição a antigénios inalados (aves, bolores, jacuzzis, poeiras agrícolas)
Pode ser não fibrosante (inflamatória, potencialmente reversível) ou fibrosante (evolui para fibrose irreversível)
Diagnóstico: história de exposição + TAC-AR típica + LBA (linfocitose)
Tratamento: remoção da exposição, corticoides e/ou imunossupressores, antifibróticos em formas progressivas
Doença granulomatosa sistémica
Pode afetar pulmões, gânglios, olhos, pele, coração
Diagnóstico: TAC-AR + histologia (granulomas não caseosos) + exclusão de outras causas
Tratamento: muitas vezes não é necessário; se sintomática → corticoides; poupadores de corticoide em casos crónicos (metotrexato, azatioprina)
Associadas a artrite reumatóide, esclerodermia, lúpus, etc.
Padrões radiológicos variáveis (NSIP, UIP)
Tratamento: imunossupressão; se progressiva → considerar antifibrótico (nintedanib)
PPF é definida pela progressão da fibrose ao longo do tempo, mesmo em doenças não-FPI
Critérios (num período de 1–2 anos):
Agravamento dos sintomas (dispneia, tosse)
Queda ≥ 5–10% na FVC ou ≥ 10–15% na DLCO
Progressão radiológica na TAC-AR
Nestes casos, considera-se antifibrótico (nintedanib)
Dispneia (falta de ar) progressiva, sobretudo durante os esforços.
Tosse seca crónica, persistente.
Crepitações em velcro à auscultação (sons típicos na base pulmonar).
Baqueteamento digital (hipocratismo digital) em alguns casos.
Fadiga, intolerância ao esforço, perda de qualidade de vida.
👉 Estes sintomas são inespecíficos e muitas vezes confundidos com insuficiência cardíaca, asma ou DPOC, atrasando o diagnóstico.
Se persistirem, deve pensar em doença do interstício.
A tomografia (TAC) torácica pode mostrar sinais típicos de doença do interstício pulmonar, como:
Padrão em vidro despolido.
Espessamento do interstício pulmonar.
Opacidades reticulares.
Bronquiectasias por tração.
Padrão em favo de mel (fibrose pulmonar avançada).
Algumas doenças do interstício têm causa conhecida, outras são idiopáticas (sem causa identificada).
Idiopáticas: como a fibrose pulmonar idiopática (FPI).
Exposições ambientais: contacto com aves (pombos, papagaios, galinhas), bolores, jacuzzis, poeiras orgânicas → podem causar Pneumonite de Hipersensibilidade
Exposição ocupacional: poeiras de sílica, amianto, carvão (pneumoconioses).
Autoimunes/reumatológicas: artrite reumatoide, esclerodermia, polimiosite, síndrome de Sjögren, lúpus, entre outras.
Granulomatosas: sarcoidose pulmonar.
Tabagismo.
Diversas profissões expõem os trabalhadores a doenças pulmonares intersticiais ocupacionais:
• Eletricista, canalizador, montador de tubos, trabalhador da construção, construtor naval, instalador de isolamento: risco de asbestose devido à exposição ao amianto.
• Cortador de pedra, mineiro, operador de jatos de areia: risco de silicose por contacto com poeira de sílica cristalina.
• “Triturador de metal” como “operador de rebarbadora”: risco de pneumonia intersticial de células gigantes ou doença pulmonar dos metais pesados, pela exposição a metais como cobalto e carboneto de tungsténio.
• Metalúrgico, trabalhador de fábrica (armas nucleares, aviões, eletrónica, cerâmica, tacos de golfe, quadros de bicicleta): risco de beriliose.
• Mineiro de carvão: risco de pneumoconiose dos trabalhadores do carvão.
• Pintor, trabalhador da indústria de plásticos: risco de pulmão do trabalhador químico por exposição a isocianatos.
• Criador de aves: risco de pulmão do criador de aves devido ao contacto com fezes e penas de aves.
• Agricultor, trabalhador com feno, composto de cogumelos: risco de pulmão do agricultor ou do trabalhador de cogumelos devido à exposição a bactérias termofílicas.
• Trabalhador de escritório: risco de pulmão do humidificador ou pneumonite de ventilação por exposição a fungos ou bolores.
• Nadador-salvador: risco de pneumonite de hipersensibilidade associada a banheiras de hidromassagem, causada por Mycobacterium
O diagnóstico é feito em várias etapas, sempre com a discussão multidisciplinar como pilar central:
História clínica detalhada
Sintomas
História ocupacional e ambiental (aves, bolores, poeiras)
Doenças reumatológicas
Exame físico
Crepitações em velcro
Baqueteamento digital
Sinais de doença auto-imune
Exames complementares
TAC torácica de alta resolução (TAC-AR): padrão típico (ex.: UIP, NSIP, favo de mel).
Provas de função respiratória: capacidade vital forçada (CVF), difusão de CO (DLCO), prova da marcha de 6 minutos.
Gasometria arterial.
Exames de sangue: autoimunidade, marcadores inflamatórios.
Broncoscopia com lavado broncoalveolar (LBA).
Biópsia pulmonar (cirúrgica ou criobiópsia) em casos selecionados.
É um sinal de inflamação ou fibrose pulmonar. Quando associado a sintomas respiratórios, deve ser avaliado por um médico pneumologista.
É uma imagem que pode indicar inflamação pulmonar ativa ou fibrose inicial. Nem sempre é grave, mas requer vigilância.
Representa pequenas cavidades agrupadas no pulmão, vistas na TAC. É típico de fibrose pulmonar avançada, na fibrose pulmonar idiopática e outras.
Formas inflamatórias: corticoides, micofenolato, rituximabe...
Formas fibróticas: antifibróticos (nintedanib ou pirfenidona)
Em alguns casos: oxigénio domiciliário ou transplante pulmonar
Reabilitação respiratória: melhora dispneia, capacidade de exercício e qualidade de vida.
Oxigenoterapia domiciliária: indicada quando há hipoxemia em repouso ou durante o esforço.
Vacinação: contra a gripe e vacina pneumococica.
Cessação tabágica e estilo de vida saudável.
Suporte psicológico: doenças crónicas e incapacitantes exigem acompanhamento global.
Sono: as doenças do interstício podem associar-se a apneia do sono; se houver ressonar ou sonolência, deve-se pedir estudo do sono.
Sim. Os estudos mostram que os antifibróticos reduzem a progressão da fibrose pulmonar até 50% e ajudam a manter a função pulmonar por mais tempo.
Tosse seca persistente
Falta de ar progressiva
Alterações na TAC torácica como vidro despolido ou espessamento do interstício
História de exposição ambiental ou doenças autoimunes
Suspeita de fibrose pulmonar idiopática
👉 Médicos de família devem referenciar se houver:
Dispneia e tosse seca crónica não explicadas.
Crepitações em velcro à auscultação.
Baqueteamento digital associado a suspeita de doença pulmonar.
Alterações intersticiais na tomografia.
TAC-AR sugestiva de fibrose ou de doença do interstício.
Doença reumatológica com suspeita de envolvimento pulmonar.
Queda da função respiratória ou progressão radiológica.
A fibrose pulmonar tem cura?
Ainda não existe cura, mas existem medicamentos que abrandam a progressão.
Posso continuar a ter animais de estimação?
Se houver suspeita de PH, deve ser discutido com o médico, porque a exposição pode agravar a doença.
Vou precisar de oxigénio?
Depende da gravidade e dos exames; só é prescrito quando há critérios específicos.
A doença é hereditária?
Na maioria dos casos a doença intersticial, não é uma doença hereditária.
Há algumas formas familiares de fibrose pulmonar, mas são raras.
Consulta de Pneumologia com o Dr. António Santos Costa
O Dr. António Santos Costa é pneumologista e especialista em doenças do interstício pulmonar. Realiza consulta em Braga, Guimarães, Fafe e "segunda opinião" por teleconsulta.
Marque sua consulta presencial em Braga, Guimarães ou Fafe, ou escolha teleconsulta se estiver no Porto ou em Lisboa.
Vários locais têm acordo com SNS (P1), ADSE, Médis, Multicare, AdvanceCare, Allianz, Future Healthcare, entre outros (confirmar localmente).
Para marcações ou mais informações, visite: www.antoniosantoscosta.pt