Sonolência diurna excessiva 

Aprenda sobre a sonolência diurna excessiva, suas causas, sintomas e como tratar. Saiba mais sobre o impacto da sonolência na saúde.

A sono exagerado durante as horas de vigília, também conhecida como sonolência diurna, pode ser um sinal de alerta de má qualidade do sono, doenças do sono ou outros problemas de saúde. Embora não seja uma doença só por si, o excesso de sono é algo que deve ser levado a sério. É importante reconhecer os sinais de sonolência diurna excessiva para identificar e remediar adequadamente a causa.

A sonolência diurna excessiva é definida como dificuldade em permanecer acordado ou alerta, ou aumento da vontade de dormir durante o dia. A sensação de sonolência pode ser mais forte quando se está passivo, como a conduzir ou sentado no trabalho. Embora seja normal sentir sono de vez em quando depois de dormir pouco, crises repetidas de sonolência são consideradas sonolência diurna excessiva quando isso acontece quase todos os dias durante pelo menos três meses.

É fácil confundir sonolência com fadiga, uma vez que ambas as condições são caracterizadas por falta de energia e podem surgir em circunstâncias semelhantes, como ficar acordado por longos períodos. A principal diferença é que as pessoas com fadiga conseguem permanecer acordadas apesar de se sentirem cansadas e lentas. Também é possível sentir fadiga e sonolência simultaneamente. Sonolência diurna excessiva afeta até 25% da população americana, e a prevalência tem aumentado ao longo do tempo. No entanto, existem diferentes definições de sonolência excessiva, o que pode afetar a sua prevalência estimada

O número de horas de sono recomendadas depende da idade.

Idade Recomendado Apropriado Não recomendado

Pre-escolar (3-5 anos) 10 a 13h 8 a 9h <8h ou >14h

Idade escolar (6-13 anos) 9 a 11h 7 a 8h <7h ou >12h

Adolescente (14-17 anos) 8 a 10h 7h <7h ou >11h

Adulto jóvem (18-25 anos) 7 a 9h 6h <6h ou >11h

Adultos (26-64 anos) 7 a 9h 6h <6h ou >11h

Idosos (>65 anos) 7 a 8h 5 a 6h <5h ou >9h

O sono desempenha um papel importante na consolidação da memória, na restauração do sistema imunológico e em outros processos vitais. Como resultado, a falta de sono de qualidade pode resultar numa série de sintomas que podem não estar imediatamente relacionados com o sono.

Mesmo que não sinta sono conscientemente, pode ter sonolência excessiva (ter muito sono) se tiver algum dos seguintes sintomas:

• Problemas para ficar acordado.

• Irritabilidade

• Problemas de memória

• Falta de concentração

• Dificuldade na aprendizagem

• Dificuldade em tomar decisões

• Tempos de reação mais lentos

• Comportamentos de risco

A Escala de Sonolência de Epworth (Epworth Sleepiness Scale, ESS) é uma ferramenta que ajuda os médicos a decidir se a sonolência diurna é motivo de preocupação.

Trata-se de um questionário simples que mede como a sonolência de uma pessoa afeta seu dia a dia. De seguida pode responder e obter o calculo automatico do valor de Epworth.

Para as pessoas preocupadas com o seu estado de alerta e capacidade de permanecerem acordadas durante o dia, conhecer o ESS, pode permitir-lhes participar mais ativamente nas conversas com o seu médico pneumologista sobre o seu sono. Em baixo disponibiliza-se a escala de Epworth em Português para poder imprimir.

A privação de sono a longo prazo tem sido associada a um maior risco de desenvolver diabetes, obesidade, doenças cardíacas e outras doenças crónicas. 

Sonolência diurna nas crianças pode afetar o desenvolvimento.

Nos idosos, a sonolência diurna aumenta o risco de quedas e pode ser um fator de risco para comprometimento cognitivo, perda de memória e mortalidade precoce.

Existem muitas causas possíveis para a sonolência diurna excessiva. Um dos mais comuns é a falta crónica de sono, seja por longas jornadas de trabalho, horários irregulares, insónia ou outros motivos.

A sonolência excessiva também pode ser causada por um sono fragmentado ou de má qualidade. Acordar várias vezes por noite para usar o banheiro, por exemplo, interrompe a progressão natural dos estágios do sono e pode reduzir a proporção do sono restaurador de ondas lentas. Fumar, não praticar exercícios suficientes e outros hábitos de vida também podem interferir na qualidade do sono e causar sonolência diurna.

Muitas pessoas que apresentam sonolência diurna excessiva não parecem ter problemas para dormir o suficiente. Nestes casos, a sonolência pode ser um sinal de um problema de saúde subjacente ou distúrbio do sono.

Outros doenças do sono influenciam os mecanismos neurológicos que regulam o ciclo do sono. Acredita-se que condições como narcolepsia e hipersonia idiopática influenciam as hormonas responsáveis ​​por promover a vigília, causando sonolência durante o dia.

Da mesma forma, as pessoas com distúrbios do ritmo circadiano experimentam uma desconexão entre o relógio biológico interno e os momentos em que precisam estar acordadas. Essa desconexão pode causar insónia ao tentar dormir e sonolência excessiva durante a vigília.

Doenças crónicas e doenças mentais são frequentemente acompanhados de sonolência diurna. As mais comuns incluem depressão, ansiedade, esquizofrenia, lúpus, doença de Parkinson, esclerose múltipla, cancro, dor crónica, obesidade e hipotiroidismo, entre outros.

Estas doenças e os problemas de sono têm frequentemente um efeito bidirecional. Não dormir bem, pode interferir na recuperação e também prever diagnósticos de doenças, como a doença de Parkinson. Pesquisas sugerem que a propensão à sonolência diurna pode até ter um componente genético.

Os medicamentos utilizados para tratar problemas de saúde também podem causar sonolência diurna como efeito colateral, assim como substâncias como álcool ou narcóticos.

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