Descubra os impactos do tabagismo na saúde e como combater o vício. Saiba mais sobre estratégias eficazes para parar de fumar com o Dr. António Santos Costa.
O tabaco é extremamente prejudicial para a saúde de qualquer pessoa. Por isso, parar de fumar é um objetivo importante para qualquer fumador, pois vai trazer enormes benefícios para a saúde.
Como é sabido, fumar pode causar vários problemas respiratórios e aumentar o risco de cancro, enfarte agudo do miocárdio ou acidente vascular cerebral (AVC), entre outros. O fumo passivo, ou seja, a inalação do fumo de outras pessoas, também é perigoso.
Deixar de fumar representa uma nova oportunidade para viver uma vida mais saudável, com melhor qualidade e, provavelmente, mais longa.
Contudo, cessar o tabagismo nem sempre é uma tarefa fácil. De facto, a maioria das pessoas não tem sucesso na primeira tentativa, sendo importante que o fumador se informe sobre todas as opções disponíveis para ajudar a superar esta fase importante da sua vida.
Uma das formas de motivação para quem pretende iniciar um processo de cessação tabágica é compreender profundamente os grandes benefícios que deixar de fumar vai trazer à sua saúde e para a daqueles que o rodeiam.
Quanto mais cedo decidir deixar de fumar, mais benefícios sentirá ao longo do tempo.
Os efeitos positivos da cessação tabágica são sentidos a curto prazo e estendem-se por toda a vida.
Nas primeiras horas, os níveis de monóxido de carbono no organismo regressam aos valores normais.
Nas semanas seguintes, notará uma grande melhoria na circulação sanguínea e na função pulmonar, embora possa ter alguns sintomas como tosse ou problemas respiratórios nos meses seguintes.
Após o primeiro ano de cessação tabágica, os benefícios são diversos e sentem-se em todo o organismo, tais como:
• Redução do risco de doenças cardiovasculares, como enfarte agudo do miocárdio, AVC, entre outras;
• Redução do risco de várias patologias pulmonares, como doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), fibrose pulmonar, entre outras;
• Redução do risco de cancro do pulmão, próstata, mama, intestino, pâncreas, tiróide, entre outros tipos de cancro;
• Alívio dos sintomas (tosse, pieira, produção de muco na garganta, etc.) e redução das infeções respiratórias (bronquite, pneumonia, etc.);
• Nas mulheres, redução do risco de problemas de reprodução (infertilidade) e durante a gravidez, menor incidência de nascimentos prematuros e abortos espontâneos, etc.;
• Nos homens, melhoria da função sexual e redução dos problemas de impotência ou disfunção erétil;
• Rápida melhoria nos níveis de colesterol e triglicerídeos;
• Melhoria da saúde oral, incluindo problemas dentários como periodontite, etc.;
• Melhor controlo da tensão arterial;
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Perante todas estas evidências, fica claro que todas as formas de consumo de tabaco acarretam graves problemas, tornando a decisão de deixar de fumar a melhor escolha que um fumador pode tomar para melhorar a sua saúde e a daqueles que o rodeiam.
Ao parar de fumar, reduz o risco de morte prematura. As pessoas que cessam o tabagismo vivem em média mais 10 anos, comparativamente àquelas que continuam a fumar.
Após 20 minutos - A tensão arterial e a pulsação voltam ao normal.
Após 2 horas - Não há mais nicotina a circular no seu sangue.
Após 8 horas - O nível de oxigénio no sangue se normaliza.
Após 12 a 24 horas - Seus pulmões já funcionam melhor.
Após 2 dias - Seu olfato melhora e seu paladar recupera a normalidade.
Após 3 semanas - Vai notar que sua respiração se torna mais fácil, e a circulação melhora.
Após 1 ano - O risco de morte por enfarte do miocárdio reduziu-se a metade.
Após 5 a 10 anos - O risco de sofrer enfarte será igual ao das pessoas que nunca fumaram.
Sim, a nicotina é o principal componente do tabaco e liga-se aos recetores cerebrais responsáveis pelo sistema de recompensa do organismo. Essa ligação torna a nicotina fortemente associada à dependência.
O processo de deixar de fumar varia de pessoa para pessoa e depende de vários aspetos, como a quantidade de cigarros fumados por dia ou quando começou a fumar.
Durante a cessação tabágica, o organismo precisa ajustar-se à falta da nicotina, o que pode desencadear sintomas de abstinência (ver sintomas de abstinência adiante). Esses sintomas são sinais da resposta do organismo à ausência da nicotina, mas o processo pode ser extremamente desconfortável e difícil de gerir sem apoio médico, aumentando o risco de recaídas.
Alguns fumadores conseguem deixar de fumar sem grandes dificuldades e nunca desenvolvem sintomas de abstinência. No entanto, para a maioria dos fumadores, parar de fumar não é uma tarefa fácil. Os intensos desejos de consumir tabaco (cigarros, cigarros eletrónicos, cachimbo, etc.) podem levar a recaídas, tornando desafiador manter o plano de cessação. Em situações de dependência, o fumador precisa aprender a lidar com os sintomas de abstinência e privação do tabaco, evitando situações que desencadeiem esses desejos.
Existem várias formas de tornar o processo de deixar de fumar mais fácil, para manter a motivação necessária e alcançar esse objetivo:
Pedir ajuda de profissionais Contar com o auxílio de um médico especializado em cessação tabágica e outros profissionais de saúde, como Psicólogos, é fundamental para criar um plano de recuperação eficaz, pois existem várias questões complexas a serem consideradas. Apenas uma pequena percentagem (entre 3% a 5%) dos fumadores que tentam deixar de fumar sem ajuda especializada conseguem manter-se livres do tabaco um ano após a tentativa.
Os tratamentos prescritos pelo seu médico podem reduzir os desejos e incluem terapias de substituição de nicotina, que podem ser administradas de várias formas. Outros fármacos sem nicotina podem ajudar a diminuir os sintomas de abstinência, imitando o efeito do composto no corpo.
SIM, fazer uma lista de todas as razões pelas quais se quer deixar de fumar pode ser extremamente benéfico durante o processo de cessação tabágica. Algumas razões comuns podem incluir:
Melhorar a saúde geral;
Reduzir o risco de várias doenças;
Proteger familiares, amigos e outras pessoas próximas do fumo passivo;
Economizar dinheiro;
Eliminar o cheiro persistente do fumo;
Entre outras.
A maioria das pessoas obtém melhores resultados na cessação tabágica ao criar um plano. Esse plano geralmente começa pela escolha de uma data para iniciar a cessação tabágica, parando de fumar abruptamente nesse dia.
Outro passo importante a incluir no plano é antecipar os desafios. Por exemplo, fazer uma lista de locais de alto risco que possam desencadear desejos quando começar o processo de cessação tabágica, e identificar locais seguros, geralmente onde é proibido fumar, como museus ou cinemas.
Pedir ajuda de familiares e amigos O apoio de amigos e familiares é crucial no processo de cessação tabágica. Nos primeiros dias, podem surgir sentimentos de frustração, irritabilidade e tristeza devido à falta de nicotina no organismo, e ter um grupo de apoio próximo é extremamente importante para desabafar e resistir aos desejos.
Conheça os seus pontos fracos Existem certas coisas (locais, pessoas, etc.) ou momentos que podem fazer um fumador sentir vontade de voltar a pegar num cigarro. Se conhecer esses pontos fracos, pode tentar evitá-los desde o início, especialmente nos primeiros meses.
Outros exemplos podem incluir:
Evitar sair com pessoas que fumam ou que também querem parar;
Evitar áreas frequentadas por fumadores;
Manter-se ocupado durante momentos de tédio;
Beber água, chá ou sumos naturais, em vez de café ou álcool;
Ter respostas prontas como: "Não, obrigado, eu não fumo";
Não ceder aos desejos de fumar ... existem dias difíceis em que a vontade de ceder ao tabaco e desistir pode aumentar. No entanto, manter o foco será a melhor opção, considerando todos os benefícios mencionados anteriormente.
Praticar novos passatempos ou substituir os cigarros por outras alternativas (como pastilhas elásticas) pode ajudar em situações de desejos intensos.
Gerir o stress O stress e a ansiedade podem aumentar a vontade de fumar, e o risco de recaída é maior nessas situações. É aconselhável adotar alguns comportamentos para gerir o stress, como:
Fazer pausas quando necessário;
Praticar exercícios de relaxamento, respiração profunda ou meditação;
Ouvir música para aliviar situações de stress;
Praticar exercício físico regularmente;
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Celebre o sucesso No plano de cessação tabágica, pode definir metas (por exemplo, "um mês sem fumar", etc.). Quando atingir essas pequenas etapas, celebre o sucesso com recompensas, como um jantar especial, um presente, etc.
A cessação tabágica é um processo que deve ter acompanhamento médico, a fim de aumentar a taxa de sucesso desta importante missão.
Se é fumador, é provável que já tenha tentado deixar de fumar por conta própria, mas sem sucesso. A cessação tabágica é um processo desafiador e é aconselhável buscar a ajuda de profissionais de saúde para facilitar esse processo, utilizando várias técnicas e/ou tratamentos. Existem várias opções terapêuticas que podem facilitar a cessação tabágica, nomeadamente:
Terapia e apoio psicológico Trabalhar com profissionais de saúde no âmbito psicológico e comportamental é extremamente benéfico durante a cessação tabágica, pois permite identificar pontos fracos que podem interferir com o processo e desenvolver um plano para superar o desejo de fumar.
Terapia de substituição de nicotina (TSN) O objetivo da cessação tabágica é parar completamente de consumir tabaco, e as opções de substituição de nicotina têm como finalidade aliviar os sintomas de abstinência durante a primeira fase do processo de cessação tabágica.
A nicotina é o componente viciante do tabaco, tornando o processo de cessação tabágica complicado. Após um período de exposição à nicotina, o organismo desenvolve uma sensação de dependência, o que causa desejos e pode levar a possíveis recaídas.
Dentre as várias formas de administração dos substitutos de nicotina, destacam-se:
Adesivos (colados no braço, libertando pequenas quantidades de nicotina ao longo do dia);
Inaladores;
Sprays;
Pastilhas elásticas ou gomas com nicotina;
Etc.
As terapêuticas de substituição devem ser utilizadas até que se observe uma melhoria significativa nos sintomas de abstinência de nicotina.
Tratamento medicamentoso Em alguns casos, o médico especialista pode optar por prescrever alguma medicação para melhorar e controlar os sintomas da abstinência de nicotina.
Os medicamentos mais frequentemente prescritos incluem:
Bupropiom ou bupropriona;
Vareniclina;
Esses medicamentos de apoio à cessação tabágica ajudam a reduzir os sintomas causados pela falta de nicotina e aumentam o sucesso na cessação tabágica. Note que qualquer utilização de medicação deve ser sempre prescrita pelo seu médico, não devendo, em caso algum, automedicar-se.
A privação da nicotina pode desencadear alguns sintomas de abstinência que variam em gravidade de pessoa para pessoa ao longo do processo de cessação tabágica, a saber:
Desejo imperioso de fumar;
Sentimentos de tristeza;
Insónias (dificuldades em dormir, perturbações do sono);
Irritabilidade e ansiedade;
Dificuldade em concentrar-se, inquietação;
Diminuição da frequência cardíaca;
Sensação de fome, necessidade de comer com mais frequência.
Embora estes sintomas possam ser desagradáveis, é importante salientar que a privação de nicotina não representa qualquer perigo para a saúde. "Ninguém morre por deixar o tabaco!"
Para a grande maioria dos ex-fumadores, estes sintomas têm uma duração que pode variar de alguns dias a algumas semanas, no entanto, o desejo de fumar novamente pode permanecer durante vários anos. Certos estímulos, como ver outras pessoas a fumar ou embalagens de tabaco, entre outros, podem aumentar o risco de recaída.
É importante salientar que nem todas as pessoas ganham peso durante o processo de cessação tabágica, mas é uma possibilidade real para algumas pessoas. Para evitar o aumento de peso, é necessário tomar algumas medidas para controlar o peso.
É comum que algumas pessoas recorram a comer em excesso como uma forma de substituir o tabaco, muitas vezes sem se aperceberem. No entanto, esse hábito pode levar a outras complicações. Portanto, é extremamente importante manter um estilo de vida saudável durante esse período, seguindo uma dieta equilibrada e praticando exercício físico regularmente. Dessa forma, é possível evitar ganhar peso desnecessariamente enquanto se lida com o processo de cessação tabágica.
Os desejos durante o processo de cessação tabágica são normais e, embora possam ser intensos, geralmente têm uma duração limitada. No entanto, é importante estar atento, pois esses desejos podem ser fortes o suficiente para levar a uma recaída.
Uma boa estratégia para lidar com esses impulsos é distrair-se com outras atividades. Praticar exercício físico, conversar com alguém de confiança ou até mesmo meditar podem ser opções eficazes para lidar com esses desejos, especialmente quando são desencadeados por situações de stress.
Além disso, contar com a ajuda de um psicólogo com experiência em adições (dependências ou vícios) pode ser muito benéfico durante esse processo de recuperação e na prevenção de recaídas. Um profissional especializado pode fornecer o apoio necessário e ajudar a desenvolver estratégias para lidar com os desejos e manter o foco na cessação tabágica.
Acontece que, em alguns casos, é possível ceder aos desejos e ter uma recaída durante o processo de cessação tabágica. No entanto, é importante compreender que, embora possa ser um revés, não significa que tenha falhado ou que seja impossível alcançar o objetivo de parar de fumar.
Mesmo após uma recaída, é fundamental manter-se motivado e lembrar-se dos benefícios significativos que pode alcançar ao deixar de fumar. Retomar o percurso da cessação tabágica é essencial para continuar na busca de uma vida mais saudável e livre do tabaco.
Procurar a ajuda de profissionais qualificados é uma estratégia muito válida e pode aumentar substancialmente a taxa de sucesso no processo de cessação tabágica. Por isso, não hesite em procurar apoio o mais rapidamente possível para receber o suporte adequado e alcançar o seu objetivo de parar de fumar com sucesso. Lembre-se de que, com dedicação e apoio adequado, é possível superar os obstáculos e alcançar uma vida livre do tabaco.
Não. Fumar charutos não é mais seguro do que fumar cigarros, mesmo em casos de fumo passivo, onde a pessoa não inala o fumo intencionalmente. Os charutos expõem o fumador a todos os compostos nocivos dos cigarros e suas consequências, tais como:
Nicotina: Tal como nos cigarros, os charutos contêm nicotina, a substância que pode levar à dependência do tabaco. A inalação do fumo do charuto pode fornecer tanta nicotina como fumar um cigarro, e a quantidade inalada pode ser absorvida através do revestimento da boca, não reduzindo o risco de dependência dessa substância.
Fumo passivo: O fumo passivo dos charutos contém os mesmos químicos tóxicos que o fumo passivo dos cigarros. Esse tipo de fumo também pode causar ou contribuir para o cancro do pulmão, doenças cardiovasculares, entre outras.
Cancro: Todo o fumo proveniente do tabaco contém produtos químicos que podem causar cancro, e o fumo do charuto não é exceção.
Entre outros. Dito isto, fumar charutos, em vez de cigarros, não é uma opção viável e pode ser igualmente prejudicial para a saúde.
Cigarros eletrónicos ou e-cigarros são dispositivos que utilizam uma bateria para aquecer uma solução líquida com ou sem nicotina, transformando-a num vapor que pode ser inalado. O uso de cigarros eletrónicos é frequentemente conhecido como "vaping". Muitas vezes, as soluções dentro desses cigarros contêm uma forma concentrada de nicotina chamada sal de nicotina, o que torna a concentração desse composto muito alta, sendo extremamente perigosa, podendo provocar a dependência no composto e inúmeros problemas pulmonares.
Portanto, os cigarros eletrónicos que contêm nicotina não são considerados seguros para adolescentes, jovens ou mulheres grávidas. A nicotina presente nessas soluções pode prejudicar o desenvolvimento cerebral em crianças e adultos jovens e é tóxica para o desenvolvimento de bebés. Estudos para testar se os cigarros eletrónicos podem ajudar as pessoas a deixarem de consumir tabaco tiveram resultados inconsistentes. Por isso, não há certezas suficientes em relação à eficácia do uso de cigarros eletrónicos para deixar de fumar, tornando-o um tratamento inviável de cessação tabágica e, consequentemente, não é recomendada a sua utilização.
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