A polissonografia é um exame que tem como objetivo principal o diagnóstico de doenças que se manifestam durante o sono, seja no hospital, clínica ou em casa. O estudo polissonográfico do sono avalia o sono através de sensores colocados na superfície do corpo antes do doente adormecer, sendo realizado durante o sono.

Durante o exame, são utilizados sensores para recolher e registar informações como a atividade elétrica cerebral (eletroencefalograma), atividade muscular (eletromiograma), atividade cardíaca (eletrocardiograma), movimentos oculares (eletrooculograma), respiração (fluxo oro-nasal e movimentos torácicos e abdominais), oxigenação do sangue (oximetria), ronco e posição corporal.

Veja as fotos abaixo para visualizar o aparelho de polissonografia e os sensores correspondentes.

O exame de polissonografia é indicado para avaliar doenças do sono e a eficácia do tratamento em algumas situações específicas. 

Existem diversos tipos de estudos do sono que devem ser adaptados ao tipo de suspeita diagnóstica. Na reavaliação terapêutica, a polissonografia para titulação de CPAP pode ser realizada para aferir a pressão positiva necessária ao tratamento do doente, embora em Portugal sejam preferidos os aparelhos automáticos para o tratamento da SAOS. Nos pacientes com diagnóstico de síndrome de apneia do sono em tratamento com CPAP que mantêm queixas relacionadas ao sono, a polissonografia com CPAP pode ser indicada. A eficácia das próteses de avanço mandibular, usadas em casos de apneia do sono ligeira e em pacientes mais graves que não aderem ao CPAP, também pode ser avaliada por meio de polissonografia. Além disso, a polissonografia basal deve ser realizada antes do teste de latência múltipla do sono na suspeita de narcolepsia.

O estudo do sono pode ser feito em sua casa!

Geralmente é agendado por telefone, considerando sua disponibilidade e deve comparecer entre as 19h e as 22h na clínica.

 Ao chegar, o técnico colhe alguns dados sobre a situação clínica e inicia a colocação de eletrodos e sensores, o que leva cerca de uma hora. Como o doente dormirá em casa, ele receberá instruções sobre como remover todos os sensores no final do exame. 

No dia seguinte, deve levantar-se à hora habitual e levar todo o equipamento de volta à clínica para análise dos resultados. 

Algumas precauções devem ser tomadas no dia do exame:

• manter a atividade diária normal, 

• fazer uma refeição ligeira ao jantar sem álcool ou café, 

• não dormir sestas, 

• não usar maquiagem ou unhas pintadas, 

• não usar amaciador ou produtos para cabelo, 

• manter o uso de medicamentos, 

• usar roupas confortáveis para dormir 

• se possível, ser acompanhado por alguém que possa levá-lo para casa após a colocação do equipamento.

Serão colocados fios na cabeça, face, peito, braços e pernas para monitorar a atividade cerebral e outros sinais fisiológicos durante o sono.

O estudo do sono dura a noite inteira.

Durante o exame, o tempo que o doente passa deitado na cama, desde que se deita até se levantar, equivale a uma "noite inteira". 

O médico utilizará critérios específicos para analisar os dados recolhidos durante o exame e determinar se o estudo do sono é válido ou não. Se o doente não conseguir dormir tempo suficiente para permitir a análise adequada do sono, o exame terá que ser repetido.

Após a polissonografia nocturna, toda a informação recolhida pelo aparelho será transferida para um computador para a análise visual e avaliação/classificação manual por períodos de 30 segundos. 

O técnico realiza uma pré-classificação do estudo, mas o médico pneumologista confirma e revisa a classificação, com critérios diferentes para adultos e crianças. 

O relatório clínico é elaborado de acordo com as recomendações internacionais do sono e pode ser recolhido pelo doente aproximadamente uma semana após o exame. No entanto, um resultado normal não exclui necessariamente a presença de doença do sono, e em caso de detecção de alterações, o médico deve correlacionar com a história e outros exames para efetuar o diagnóstico e plano de tratamento adequado.

Tipos de Polissonografias / Estudos do sono

O estudo do sono com maior sensibilidade e menor índice de falhas é a polissonografia tipo 1, que é realizada em um laboratório de sono com a assistência de um técnico especializado. No entanto, esse exame é considerado dispendioso e tecnicamente complexo. Por isso, são utilizados métodos diagnósticos alternativos mais rápidos e mais baratos como opções. Lembro que não se trata apenas um exame de apneia do sono.

Existem quatro tipos de polissonografia:

• Polissonografia tipo 1: realizada em laboratório de sono e observada por um técnico, captando pelo menos 7 canais de sinal.

• Polissonografia tipo 2: realizada sem a observação de um técnico, captando pelo menos 7 canais de sinal.

• Polissonografia tipo 3: realizada sem a observação de um técnico, captando de 4 a 7 canais de sinal. Também conhecida como polissonografia cardiorrespiratória.

• Polissonografia tipo 4: realizada com apenas 1 ou 2 canais, sendo um deles a oximetria. Servem apenas para rastreio

As polissonografias tipo 2, tipo 3 e tipo 4 podem ser realizadas em casa, por meio de um aparelho de polissonografia portátil, e são denominadas polissonografia ambulatorial ou polissonografia domiciliar.

Exemplos

Apneia: Decréscimo superior a 90% da amplitude do fluxo aéreo de duração igual ou superior a 10s.

Custos

O preço de uma  polissonografia varia conforme o tipo de exame realizado, a polissonografia de ambulatório (realizada em casa) é geralmente a mais económica. O preço do exame e a taxa moderadora também podem variar consoante o subsistema de saúde associado, como é o caso da ADSE, SAMS, entre outros.

Infelizmente, em Portugal, ainda não foram estabelecidos acordos com o Serviço Nacional de Saúde para a realização deste exame fora da rede pública, pelo que, nestes casos, a polissonografia tem que ser paga pelo doente como particular. Não existem locais onde possa realizar polissonografia pelo SNS.